AS DUAS FACES DA ÍNDIA

O terrorismo está se espalhando pelo mundo. As inovações técnológicas capacitam os terroristas a usar armas cada vez mais sofisticadas para desferir ataques contra pessoas inocentes na tentativa de chamar a atenção das autoridade para sua causa. Muitas vezes esses ataques são rapidamente cobertos pela mídia e recebem tratamento superficial efêmero, visto que geralmente suas vítimas são pessoas comuns que infelizmente tiveram a má sorte de estar num dos locais escolhidos pelos terroristas muitas vezes suicidas, como tem sido o caso de ataques no Oriente Médio e em menor escala no Ocidente.
Mas há pouco mais de uma semana, um ataque terrorista na Índia, na cidade de Bombaim, centro financeiro e comercial do país, se distinguiu de dezenas de outros que por lá já ocorreram por ter sido este destinado a atingir indivíduos das classes socias mais abastadas, o que gerou clamor público mundial. Ataques terroristas em locais públicos tem causado grande número de vítimas que nem sempre são lembrados pelas autoridades, principalmente na Índia, onde o sistema de castas exclui milhões de pessoas devido à sua origem sócio-econômica desprestigiada, o que os torna incapazes de ascender na sociedade indiana.
Os ataques de 28 de novembro em Bombaim mataram mais de uma centena de pessoas das elites, inclusive estrangeiros que se encontravam no país e dois dos seis alvos escolhidos, um hotel de luxo e um centro judaico, por certo hospedavam personalidades da high-society indiana, o que imediatamente causou horror na opinião pública e levou uma multidão de pessoas de classe média alta a realizarem vigília em memória dos mortos. Além disso, o próprio governo indiano rapidamente tratou de achar suspeitos, não menos que extremistas do país vizinho, o Paquistão.
Tudo isso deixa claro que na Índia há ainda uma separação econômico-social gritante acentuada também pela divisão religiosa entre hindus e muculmanos,o que já faz parte da história daquela nacão. O país continua dividido economicamente, apesar da globalização propagada mundialmente e do crescimento econômico vertiginoso que o coloca entre os aspirantes a potência econômica mundial. Mas a segunda maior população do mundo, cujos pobres perfazem mais de 70% dos indianos pesa muito pouco na balança da justiça social e não tem reconhecimento pelo seu trabalho e importância na economia da Índia, refletindo a desigualdade expressa em pobreza e tragédia humana num país milenar.

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