A LUTA DE UM CAUDILHO

Não está sendo fácil a tentativa do ex-presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, de voltar para o seu país, após ter sido expulso pelos militares sob a mira de armas. Na verdade tudo isso poderia ter sido evitado se ele não tivesse inventado de querer modificar a constituição do país e tentar realizar um referendo para que pudesse extender seu mandato de presidente, bem ao gosto dos ditadores de carreira latino-americanos que andaram fazendo escola por ali. Entretanto acabou se dando mal, pois não contava com a astúcia de seus opositores, que, alegando fidelidade à constituição, lançaram mãos às armas como meio de defender as instituições democráticas da nação centro-americana e logo trataram de pô-lo fora de combate.
Manuel Zelaya, mesmo tendo seus partidários, que se empenham em defendê-lo e recebê-lo no país, enfrenta a resistência das forças armadas e do presidente interino, Roberto Micheletti, que se nega em recebê-lo de volta em solo hondurenho. Acaba tendo que pagar um grande mico em ao ponto de tentar entrar em seu país cruzando a fronteira à força, desafiando a autoridade do governo instalado. Chega a ser caricatural o papel desempenhado por ele na tentativa de se fazer presente num solo onde não mais é bem-vindo.