FLAGELOS DA ÁSIA

O pesadelo parece não ter fim. A população pobre, já castigada pelas dificuldades do dia a dia, agora foi arrasada pelo terrível tufão Ketsana, que se abateu sobre as Filipinas, matando centenas de pessoas inesperadamente. Qual não deve ser o horror de se ter sua casa inundada pelas águas que um tufão dessas proporções traz, e o risco de doenças causadas pela água estagnada nas cidades e vilas que ficam submersas, com um sem número de pessoas sem ter para onde ir? Mais de 200 vidas perdidas da noite para o dia por uma ventania sem precedentes que de tempos em tempos insiste em trazer dor, angústia , sofrimento e morte a quem mal tem o que comer, onde morar, e agora depende da ajuda humanitária que o governo das Filipinas é obrigado a pedir à comunidade internacional. O sombrio nome de cada um desses fenômenos da natureza, que são como mensageiros da destruição em massa, ecoa na mídia mundial e permanece no memória daqueles que terão perdido parentes, pertences e lentamente sucumbirão à tragédia; se apagarão em breve até que um outro desastre anunciado volte a atormentar as ilhas do oceano tenebroso, que em antítese ao nome que lhe foi dado, Pacífico, só revela um mundo em escombros, afogado em um mar de lama e destruição.

A Ásia já poderia ter se acostumado e se adaptado, se pudesse, a esses fenômenos naturais que de tempos em tempos se repetem por conta das condições geográficas que contribuem para sua existência. Como se não bastasse o tufão devastador que passou pelas Filipinas, um tsunami provocado por um terremoto no fundo do oceano, deixou seu rastro de morte pelas ilhas Samoa e logo em seguida um poderoso terremoto de quase 7 graus pôs abaixo uma cidade inteira na Indonésia. Notícias como essa deixam estarrecidos os seres humanos que a cada dia se inclinam diante da força da natureza, ameçada a cada dia pelo poder também destrutivo das mãos do homem, que insiste em agredir a mãe natureza, que ao se revoltar, não deixa pedra sobre pedra para que ele possa sobreviver.