NATAL EM FAMÍLIA. MAS QUAL???


O Natal do joven Sean Goldman nunca foi tão conturbado. Seu pai, o americano David Goldman
não poderia ter tido um Natal mais feliz. Mas a felicidade às vezes passa por caminhos de infelicidade. E é o que parece ter ficado para a família brasileira do menino nascido lá nos EUA, da união de Bruna Bianchi, que infelizmente morreu no Brasil ao ter um outro filho no Brasil em um segundo casamento. Os avós brasileiros e o padastro de Sean, depois de muito "cabo de guerra" entre advogados dos dois lados, o que envolvia as justiças brasileira e americana, acabaram tendo que deixar o pequeno Sean definitivamente com o pai, numa luta que já durava cinco anos. Tudo porque a mãe deixou o marido por lá e veio embora para seu país de origem e não voltou mais. Daí pra frente, o tormento do pai não teve mais fim. Mas, para a felicidade geral de sua família ianque, a justiça brasileira decidiu por bem e definitivamente que o menino de nove anos deveria ficar com o pai no país onde nasceu, de acordo com as lei da Convenção Internacional de Haia, no que trata de casos desse tipo.
Mas o mais impressionante foi a forma como se deu a devolução do menino. De acordo com a determinação do juiz, o menino deveria ser entregue ao pai no prédio do Consulado dos EUA no Rio de Janeiro no dia seguinte. Ora, isso foi um prato cheio para a mídia, que já acompanhava o caso há semanas. Me pareceu que a família brasileira, inconformada com o desfecho do caso, quis que a opinião pública achasse que aquilo era um tormento para ela, então submeteu o jovem Sean a uma sessão de tumulto e comoção pública em pleno centro do Rio, diante das portas envidraçadas do "território americano", momentos antes de encontrar o pai.
Findo o espetáculo de falta de tato e sensibilidade com a situação emocional e psicológica de uma criança, os dois, pai e filho logo partiram de volta para sua terra num avião fretado. Ficou para reflexão uma grande questão que envolve o futuro do pequeno Sean: como ele se adaptará a uma nova vida, em um outro país e a uma outra cultura, após tanto tempo aclimatado à realidade brasileira, envolvido pela a família com a qual vivia, que lutava para mantê-lo alheio a esses problemas e integrado à vida no Brasil. Por mais que o pai quisesse o melhor para seu filho, estava em jogo a diferença de mentalidades dos dois mundos familiares a que o menino pertencia. Só o tempo dirá se essa mudança de vida justificará o "AmericanWay of Life" que o pai de Sean escolheu para ele.









Comentários

André Luis disse…
Esse assunto é muito delicado. Briga-se por um ser humano como se ele fose um objeto. Hoje em dia as crianças têm opinião e acredito que a situação poderia ser resolvida sem um destino definitivo e desentendimentos lastimáveis. As duas famílias, se resolvessem pela liberdade de convívio com o menino, poderiam proporcioná-lo uma vida entre duas culturas e sem conflitos. Acontece que nas disputas o ego fala mais alto que o bom senso e ao final todos saem perdendo.

André Luis - andreluiscastelo.spaces.live.com

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