OLHA A CONSCIÊNCIA!!


O terremoto no Haiti chamou a atenção do mundo para a realidade daquela pequena nação, antes, durante e após a tragédia causada pelo tremor de um minuto que devastou o país mais pobre do Ocidente. Mas o que impressiona é a extensão dos danos causados a curto prazo pelo subto abalo que ceifou milhares de vidas em poucos minutos e o grande terror que poderá se seguir no período após o drama de dezenas de milhares de famílias terem sido destroçadas e os milhões de sobreviventes da capital, Porto Príncipe terem que conviver com o pesado fardo de ver seus entes queridos soterrados, sem praticamente a chance de serem nem ao menos enterrados decentemente. O número de mortos foi tão grande que o governo passou a enterrá-los em covas rasa gigantescas, num apocalíptico cenário de morte e destruição que se abteu dois anos após outro terrível momento na vida dos haitianos, que foram os furacões de 2007.
Imediatamente após a terremoto, as Nações Unidas trataram de mover recursos para o rápido resgate de sobreviventes e avaliação dos danos causados à capital e a cidades vizinhas, no que constataram uma tragédia de grandes proporções com enorme perda de vidas, somente comparável ao tsunami de 2004 na Ásia. As principais nações do mundo, encabeçadas pelos EUA logo acorreram ao país para tratarem de dar início ao salvamento dos sobreviventes. Entretanto, à medida que os dias passam, e as centenas de milhares de pessoas aglomeradas em acampamentos provisórios e com a falta de alimentos sufientes para todos, chega-se à conclusão que uma tragédia tão grave quanto as mortes imediatas, poderá ser a disseminação de doenças causadas pela falta de agua, comida e remédios, que as Nações Unidas insistem em dizer que estão sendo administrados corretamente, mas sabe-se que numa situação dessas, o ritmo da ação para atender a todos é muito lento, e com o passar dos dias, mais pessoas vão morrendo de doenças causadas por infecções generalizadas provenientes de ferimentos. O número irrisório de pessoas resgatadas com vida dos escombros parece uma gota d´água num oceano, e o pior é que sabe-se que ainda há muita gente desaparecida por ali.
Em seguida ao caos generalizado que se seguiu após o tremor, os EUA se impuseram na missão de salvamento e ajuda humanitária aos haitianos, acompanhdos por inúmeras ONG´s, numa ação que parecia uma espécie de tentativa de reparação pelos danos causados a longo prazo à Nação, vitima de espoliação histórica de três séculos, sobretudo no que se refere à dominação político-econômica que vitimou o Haiti no cenário desenvolvimentista dos últimos 100 anos. Houve logo quem criticasse a ação humanitária americana apontando a entrada maciça de soldados uniformiados e a tomada do aeroporto como porta de entrada do país, controlando a chegada de quem quer que fosse na tentativa de ajudar a população. Sabe-se que eles (os EUA) sempre tiveram um pe´de imperialismo na vida política do Haiti, já devastado historicamente pela pobreza e pelos golpes de poder que levavam ditadores à liderança frente aos EUA, e que nada mais eram do que fantoches a serviço do imperialismo ianque. Portanto não é de surpreender que os mesmos queiram mostrar-se bons samaritanos frente à horrível situação haitiana. É louvavel a vontade de quererem ajudar, mas a amplitude do cataclisma impede que ações mais rápidas resultem em histórias de felicidades para milhares de pessoas que terão que se conformar com a perda não só de seus entes queridos mas também de uma vida construída com muito sofrimento e desolação. Resta esperar que os esforços internacionais consigam levar conforto àqueles que se mantém vivos para contar aos seus filhos no futuro a triste história de uma país em pedaços.

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