DUELO DE TITÃS



A globalização em todos os setores pode causar conflitos a nível mundial. Parece que é o que aconteceu na China. A gigante da Internet, Google, havia se instalado na terra do sol nascente há 4 anos, tendo se comprometido a seguir as orientações do governo comunista daquele país, que tem histórico mundialmente conhecido de violações dos direitos humanos, no sentido de impedir acesso a conteúdo considerado "impróprio", do ponto de vista político, pelas autoridades. Tudo ia bem até que no fim do ano passado uma série de ataques de hackers detonou a confiablidade da Google no Governo. A fatia avantajada que poderia ser abocanhada pela multinacional americana parecia começar se despedaçar, afastando para longe de si um mundo de quase 400 milhões de usuários. A Google passou então a anunciar sua saída do mercado chinês de ferramentas de busca na Internet e resolveu, por fim, encerrar suas atividades na China continental. A partir de agora, não fará mais censura aos sites considerados perigosos pelos líderes chineses e redireciona toda busca para o site Google.hk de Hong Kong. Na verdade, não deverá ser uma grande perda mercadológica para a China, que tem outros sites próprios. Nem será para a Googe, que põe acima de tudo, sua posição ética e compromissos com a verdade e com a liberdade de expressão.
O mesmo se pode dizer da gigante da mineração Rio Tinto, empresa binacional com sede na Inglaterra e na Austrália, cujos funcionários chineses andaram sendo julgados por corrupção, acusados de receberem propina, em troca de contratos de fornecimento de minério para manter funcionando empresas locais. Os interesses econômicos e ideológicos muitas vezes se impõem aos princípios mercadológicos que fazem funcionar o sistema econômico global, mas as mazelas de cada um muitas vezes vêm expor suas fraquezas, o que no caso da Google X China, envolve a realidade de um povo sedento de liberdade e de participação no contexto democrático do terceiro milênio.

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