FLAGELO AFRO-AMERICANO

 Os EUA vivem um dilema que se perpetua lentamente ao longo de décadas:  a questão da segurança privada associada ao direito de portar armas, embasado pela legislação nacional que dá direito a qualquer cidadão de ter uma arma em casa ou carregá-la consigo. A questão veio à tona novamente nos últimos dias depois que a polícia da cidade de Sanford, na Flórida, soltou o assassino de um menino negro de 17 anos que  caminhava da loja de conveniência para casa próximo a um condomínio fechado à noite. George Zimmerman, vigilante noturno do condomínio, não hesitou em matar o jovem Trayvon Martin após segui-lo por tê-lo achado suspeito. O caso  foi parar nos jornais depois que a polícia recusou-se a prender Zimmerman alegando que ele tinha o direito de atirar em quem quer que achasse perigoso, por tratar-se de exercer atividade de vigilância na redondeza e seguir as normas da política  "stand your ground" (vigie seu pedaço), fundamentada numa lei estadual  de 2005, chamando a atenção e atiçando a indignação da comunidade negra dos EUA. A repercussão chegou à Casa Branca e o próprio Presidente Obama disse algumas palavras sem entrar no mérito da questão. O caso está agora nas mãos da justiça, que se encarregará de investigar os pormenores do crime de fundo racista. Há mais de dois séculos os negros vem tendo problemas com a própria sociedade americana, por sofrerem as injustiças dos brancos que os veem simplesmente como alvos fáceis para a violência desmedida, disfarçada sob a capa da segurança pública. Trayvon Martin foi mais vítima do racial profiling (preconceito de cor).


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